Pegando as opiniões dos meus pais, dos meus ídolos e de todas as pessoas com as quais eu convivi ou convivo, juntando com as experiências que eu passei, com minhas leituras e com as músicas que ouço, chego à resposta para essa pergunta. Porque esse papinho de que “eu tenho personalidade” não existe. Personalidade é uma soma de fatores, e nós, idiotas, achamos que somos únicos e que ninguém nunca foi como a gente.
Há dois séculos nasceu um carinha, que naquele momento era exatamente como eu, mas por nascer ao lado de um pai que adorava comer peixe cru, essa foi sua comida preferida por toda a vida. Mas eu jamais comeria peixe cru.
Hoje me considero um roqueiro de verdade, porque lá no ano de 2003, li uma lista com as maiores bandas da história do rock, e aquilo causou uma curiosidade incrível em mim. Pesquisei, ouvi, e percebi que aquelas bandas eram realmente maravilhosas. Mas será que se eu ouvisse aquelas mesmas músicas, um ano antes, elas iriam me agradar como me agradaram?
E se eu tivesse nascido em Londres em 1950, ao lado de uma casa de shows onde Beatles, Stones, Pink Floyd, Led Zeppelin, Jethro Tull e Queen tocassem? Certamente se eu lesse uma lista com os maiores nomes do blues, iria querer ouvir só Robert Johnson, Muddy Waters e Ledbelly, e acharia todas aquelas bandas que tocavam ao lado da minha casa um saco. E as chamaria com desprezo de ‘as bandinhas da moda’.
Devemos admitir que essa é a realidade. Não existe nada errado, nem nada certo, nem música ruim, nem boa. Opinião própria é lenda, nem mesmo Adão e Eva a tinham. E é de lá que vem essa metamorfose louca.
Tudo isso para explicar que NADA é por acaso, e que se algo acontecer na sua vida, leve a sério. Não despreze nenhum de seus preciosos dias.
2 comentários:
Se Raul Seixas fosse vivo com certeza faria uma parceria contigo. bjs
que elogio...
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