Quem gosta de cinema de qualidade, sabe o quão chato é sentar na frente da tela, o filme começar e a partir de um certo momento, perceber que não terá surpresa nenhuma. Aquele final sem graça, esperado. É exatamente isso que está acontecendo com o futebol europeu há alguns anos. O pior é que assim como 'O Lado Bom da Vida' concorre ao Oscar e todos acham normal, também é considerado bom para o espetáculo um time massacrar e resolver a partida em poucos minutos. Os expectadores sabem como acabará.
Temos um time que vence os jogos de forma natural e assim como ocorre com os filmes vazios, as pessoas se divertem, comentam nas redes sociais, porque é mais fácil, exige menos do cérebro. O Barcelona é perfeito para uma geração de compartilhamentos, de frases feitas, de mentes que mais parecem máquinas. Depois de ver um jogo do clube catalão, não precisamos ver os outros, porque os lances se repetem assim como acontece com as piadas nas rodas de amigos, com os comentários no twitter. Assitir a um jogo truncado no campeonato inglês é lindo, precisamos de concentração o tempo todo. O golzinho por cobertura repete dezenas de vezes e podemos curtir tomando suquinho, olhando para os lados.
Que jogaço aquele Manchester x Real Madrid. Os espanhóis venceram por um gol, no detalhe. Isso é emoção, "coração na ponta da chuteira", como costuma dizer o gigante Galvão Bueno. Nos jogos do Barcelona, o anti-futebol impera. Só onze jogam e os outros onze correm atrás. Aqueles que não acompanham a grande festa da bola com assiduidade são convidados a participar das discussões . Se votam nas eleições sem conhecer os candidatos, se expõe suas vidas no facebook sem critério nenhum, se ficam bombados para brigar nas festas, por que não aplaudir mais um gol do Messi e twittar depois?
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