Rodoviária cheia no Natal. As famílias vão se reunir para celebrar o nascimento de Cristo. Elas vão discutir o sentido dessa data e tentar entender por que Jesus veio para a Terra.
É um dia em que as pessoas felizes costumam ficar mais realizadas. E também é quando as pessoas infelizes se sentem menos contentes ainda, visto que a alegria e a satisfação está em todos os lugares, menos nelas. Está nas decorações, na televisão, no shopping. Nem mesmo o velho muro escapa da festa da alegria e da esperança. Ele está brilhando com luzinhas de cores variadas que piscam de forma repetitiva e parecem dizer: “Eu sou feliz, eu estou em celebração. Quem não está no clima é antiquado. Eu sou feliz, eu estou em celebração. Quem não está no clima é antiquado. Eu sou feliz, eu estou em celebração. Quem não está no clima é antiquado.”
A magia natalina enche o coração das pessoas normais de falsa esperança. O Papai Noel é a figura mais ridícula da história. “Então é natal, a festa cristã.” O que eu menos vejo no mês de Dezembro é uma celebração a Jesus. Vejo compras, viagens, brigas nas filas das lojas, pessoas trabalhando como bichos para fazerem com que a roda siga girando.
Funciona assim: quem diz que gosta do Natal, gosta por lembranças da infância ou da juventude, “quando tudo era muito mais fácil”. Ou diz que gosta com a desculpa de que só consegue reunir a família no fim do ano, Além disso, é impossível a filhinha de papai que ganha todos os presentes desejados não gostar de natal. Mas é bom lembrar que se ela fosse presenteada, todos os anos, no dia da árvore, ela esperaria ansiosa pelo 21 de Setembro, não pelo 24 de Dezembro. Eu fico imaginando como seria uma espécie de presépio do dia da árovre. Impossível, meus queridos? Eu não duvidaria. Se ninguém fala sobre o porquê do dia 25, por que não poderia mudar a data? Mas deixa para lá, esse não é o foco.
Quem não vê sentido nisso tudo, acaba se deixando levar pela moda e pelo clima, O mais legal é ver um ateu desejando feliz natal e comprando presente. Seria como um COLORADO comemorando o aniversário do grêmio. Deseja feliz nascimento de Cristo, cumpre todo o ritual, mas não acredita na existência, muito menos no poder dele.
Eu entendo o sentido no natal, não concordo com as práticas que o envolvem hoje em dia, mas adoro a troca de presentes, a comilança, a família reunida. Acabo agindo como todos. E isso me deixa profundamente decepcionado comigo mesmo. Mas ao mesmo tempo, feliz.
Mas não adianta. Não parei de pensar sobre a troca do nascimento de Cristo, pelo dia da árvore.
O que importa é a reunião da família, a comida, a bebida, a meta, a comissão mais alta e, é claro, a troca de presentes.
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
As pessoas
As PESSOAS vivem fazendo
grandes planos para o futuro e esquecem do passado.
As PESSOAS mudam de filme
preferido todos os anos.
As PESSOAS preferem as
músicas de sua época.
As
PESSOAS vão ao show da Paula Fernandes.
As
PESSOAS ficam horas na fila para ver o Justin Bieber fazer playback.
As
PESSOAS odeiam a Geni, jogam bosta nela, a bajulam quando precisam dela e
depois votam a jogar bosta, sem nenhuma gratidão.
As
PESSOAS não sabem valorizar os feitos umas das outras. Não existem méritos,
somente obrigações.
As
PESSOAS são falsas, falam pelas costas ou são sinceras demais, ao ponto de
falar xingando e gritando a todo o momento e de não aceitar as opiniões
diferentes das suas.
As
PESSOAS fazem festa, conversam entre si, trocam telefones e conhecem alguém
novo a cada fim de semana.
As PESSOAS
lutam pelo poder, se transformam em poderosos de coisa nenhuma e depois passam
a pensar que são donas do mundo e que todos os outros estão na Terra às suas
ordens.
As
PESSOAS bonitas e ricas se julgam deusas intocáveis, absolutas.
As
PESSOAS pobres têm pena de si mesmo, não fazem nada para mudar e colocam a
culpa em Deus ou na Dilma.
As
PESSOAS acabam o ensino médio e vão para a faculdade com 17 anos, sem pensar
porque nem para que. Simplesmente porque a mãe mandou ou porque o filho do
amigo do pai disse que é legal.
As PESSOAS torcem
pelo time do pai e torcem contra o rival do time do pai, só por um costume
imbecil, uma cultura débil mental.
As PESSOAS
não estudam na escola porque é feio ser CDF.
As PESSOAS,
quando estudam, o fazem para entrar na faculdade, no curso que o pai mandou.
As PESSOAS
são medíocres, mesquinhas.
As PESSOAS
usam calça justa quando a moda determina.
As PESSOAS
escutam rock porque usam all star ou usam all star porque escutam rock?
As PESSOAS
baixam a discografia completa e nem se preocupam em saber o ano, o contexto do
disco. O que estava acontecendo com o artista, porque ele disse aquilo?
As PESSOAS
não têm mais ídolos e, quando tem, não são seus, mas de uma maioria, que é
direcionada por um sistema selvagem, frio, sem sentido e decepcionante. Aliás,
cadê o Luan Santana?
As PESSOAS
assistem futebol bebendo e criticando aquele jogador que já fez muito pelo time.
As PESSOAS
não respeitam, gritam, são autoritárias, humilham umas as outras sem piedade,
“pisam na cabeça” em troca de fama e dinheiro.
As PESSOAS
ligam a televisão e acreditam em tudo que ouvem.
As PESSOAS compram
em dez vezes.
As PESSOAS
matam por um boné.
As PESSOAS
recebem as passagens antecipadas no novo emprego e preferem sumir com os 40
reais a tentar fazer uma carreira.
As PESSOAS
transam em troca de um vale transporte.
As PESSOAS
preferem não ter dentes a cuidar deles.
As PESSOAS
dormem suadas.
As PESSOAS
preferem filmes com informações prontas a filmes que exigem raciocínio para
compreensão.
As PESSOAS
esperam um fim nos filmes, estilo novela das oito. O fulaninho acabou com a fulaninha,
a vilã morreu em uma explosão.
As PESSOAS
preferem trabalhar a estudar.
As PESSOAS
votam no candidato mais bonito, no que fala melhor, no que aparece mais no
Jornal Nacional, no que a Fátima Bernardes entrevista. Usam todos os critérios,
menos o certo.
“Não quero
ser como vocês, eu não preciso mais”.
PESSOAS me
provocam nojo, medo, raiva, revolta, pena e desprezo. Eu sou um animal, um
animal contido, ou seja, um neurótico. Um louco, por opção lúcida e consciente,
com muito orgulho e prazer. E sem vergonha de dizer.
“Se o mundo
é, mesmo, parecido com o que vejo, prefiro acreditar no mundo do meu jeito”.
Pensar?
O
melhor momento da vida é aquele em que, ao invés de pensar, simplesmente
vivemos. A vida é construída por detalhes precisos, situações inesperadas.
Quando esperamos demais por algo, a perspectiva certamente não será
correspondida e ocorrerá a tradicional e recorrente decepção.
Quando
aquilo que era esperado finalmente acontecer, não conseguiremos aproveitar, uma
vez que estaremos preocupados em saber
se o ocorrido está correspondendo as expectativas.
Mas
por que dez minutos fazendo coisas ruins parecem durar mais que dez horas
realizando atividades agradáveis? Porque nos doamos de todo o coração e alma
aos prazeres. Todo o nosso ser está dedicado aquele momento. Quando estamos
fazendo algo que nos desagrada, nosso corpo está presente, mas o nosso coração
estará aqui, a alma, ali, e os pensamentos racionas, acolá. Nessa divisão de
funções está o segredo disso que tanto me incomoda; o tempo.
Tempo
de colher, tempo de plantar, etc. Muita coisa que eu plantei, foi colhida por
outras pessoas. Então essa experiênica negativa faz com que eu queira colher
antes, para não arriscar de perder minha recompensa.
De
nada adiantará viver cuidando da saúde se o restante ficar de lado. A
felicidade não se compra, se conquista. Apesar de ser impossível a vida ser pefeita,
ou até mesmo boa, cabe a nós transformá-la em menos ruim possível. É a velha
história do inferno com um canto à prova de fogo.
Não
busquemos o prazer, mas fujamos, desesperadamente, da dor.
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