Em meio à alguns elementos da cultura japonesa e diálogos corriqueiros, tentemos observar a sutileza de
Ozu. Ele nos mostra que a vida é aquilo mesmo: conversas sobre as refeições, a hora de dormir, os gostos das pessoas, lembranças de velhos vizinhos já falecidos. A partir do momento em que somos capturados pela percepção de rotina do diretor, ele nos dá um duro golpe. Já incluídos nela, passamos a perceber quão dura e triste pode ser a vida, quando ela deixa de ser normal.
A morte, os conflitos de gerações e o abandono tomam conta da tela para que a mensagem final nos seja transmitida de forma clara. A personagem mais sonhadora do filme pergunta: "A vida não é decepcionante?". A resposta vem acompanhada de um sorriso: "Sim. Ela é."A conclusão do filme pode ser considerada conformista por aqueles que conseguirem "aguentar" os intermináveis 135 minutos, mas levando em conta todos os aspectos levantados por Yasujiro Ozu, concordaremos com ele.
Quem quiser se arriscar, o filme foi lançado pela Versátil Home Video.
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