domingo, 22 de julho de 2012

Era uma vez uma vida

Era Uma Vez em Tóquio ou Contos de Tóquio (Tokyo Story) é um belo filme, feito no distante ano de 1953, por um diretor pouco conhecido pelo grande público, até mesmo na sua época, chamado Yasujiro Ozu. Ele fazia filmes intimistas, sem nenhum apelo comercial e esse foi seu maior êxito, décadas depois reconhecido por críticos como uma obra máxima do cinema. Filmado com â camera no chão para passar a ideia de dia-a dia, Era Uma Vez... nos insere na vida de uma tradicional família japonesa, na qual os filhos saíram da casa dos pais para tentar a vida na cidade grande, no caso, Tóquio.
Em meio à alguns elementos da cultura japonesa e diálogos corriqueiros, tentemos observar a sutileza de
Ozu. Ele nos mostra que a vida é aquilo mesmo: conversas sobre as refeições, a hora de dormir, os gostos das pessoas, lembranças de velhos vizinhos já falecidos. A partir do momento em que somos capturados pela percepção de rotina do diretor, ele nos dá um duro golpe. Já incluídos nela, passamos a perceber quão dura e triste pode ser a vida, quando ela deixa de ser normal.
A morte, os conflitos de gerações e o abandono tomam conta da tela para que a mensagem final nos seja transmitida de forma clara. A personagem mais sonhadora do filme pergunta: "A vida não é decepcionante?". A resposta vem acompanhada de um sorriso: "Sim. Ela é."A conclusão do filme pode ser considerada conformista por aqueles que conseguirem "aguentar" os intermináveis 135 minutos, mas levando em conta todos os aspectos levantados por Yasujiro Ozu, concordaremos com ele.

Quem quiser se arriscar, o filme foi lançado pela Versátil Home Video.





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