Em entrevista concedida na noite do último domingo, o pastor Fernando Porto, da Igreja
Quadrangular de Porto Alegre, garantiu estar ao
lado de Marcos Feliciano. Chamando-o de “servo de Deus”, afirmou que o
deputado não quer o mal dos gays, mas levar as leis do Senhor
a eles. O religioso disse que “muitas vezes a palavra de Deus confronta as pessoas”, mas elas não aceitam a correção e ficam ofendidas, o que, de acordo com ele, ocorre com os homossexuais, que são "pecadores e necessitam de arrependimento".
Entrevista com pastor Fernando Porto
Muito se fala atualmente na influência da religião na política. Há
pouco tempo, as associações religiosas eram escutadas, mas não tinham
poder efetivo de decisão. Neste ano, com a eleição do pastor Marco
Feliciano para a presidência da comissão dos direitos humanos, os
evangélicos conquistaram um espaço importante. Negros e homossexuais
tinham sido ofendidos com frases fortes no twitter do crente, e desde quando ficaram sabendo da eleição dele, os defensores das minorias protestam incansavelmente em todo o Brasil.
A professora de história da UFRGS Céli Pinto disse, em entrevista,
que considera absurdo “uma pessoa que não pratica os direitos humanos
presidir a comissão” e lamentou o fato de muitos brasileiros
concordarem com ele. Dia 12 de abril, o site do G1 promoveu uma votação perguntando se as pessoas são a favor do casamento gay e o resultado anda no mesmo sentido da opinião de Céli. Os intelectuais, em
geral, temem as atitudes do novo presidente. Caetano Veloso, por
exemplo, classificou Feliciano como "um homem irado".
“O pastor Marco Feliciano precisa expor suas opiniões”, declarou
Fernando, argumentando que a igreja evangélica é só mais uma
a entrar na política. O pastor acredita que muitos defendem
o casamento entre pessoas do mesmo sexo na igreja somente para ridicularizá-la. Ele falou que várias representações da sociedade participam das decisões do país. Portanto, por mais que "as religiões muitas vezes
beneficiem alguns", elas precisam interferir.
Ele lembrou
que quando uma pessoa mata a outra, ela é condenada. Então, “não precisa
criar uma lei para beneficiar os homossexuais”, pois todos são iguais e
devem ser protegidos da mesma forma.
Fernando Porto garantiu que não tem “nada contra os gays, nem contra as
lésbicas”, mas reitera que eles são, sim, “contra as
leis de Deus e que precisam de cura”. Feliciano declarou, recentemente,
que não pretende deixar seu cargo, apesar das
manifestações de boa parte da população.
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