A
realidade é fabricada por vários aspectos. Cada pessoa, com sua
subjetividade, cria sua própria e ajuda a criar a daqueles com os
quais convive.
Questiono
muito é a realidade geral, as convenções, os acordos tácitos da
sociedade, o considerado normal por todas AS PESSOAS.
Mas
vou tentar discutir aqui como se formou essa realidade, quem deu ao
“bolo” o seu nome. E o cake? Objetivo refletir sobre o fenômeno
que ocorre na nossa mente quando ouvimos a palavra “bolo”. O que
imaginamos? (não siga a leitura antes de tentar lembrar que jeito
era o bolo que você imaginou). De onde vem esse bolo? Se cada um
pode imagiar um bolo diferente, a realidade não existe. Se ela não
existe em discussões supérfluas como essa, porque um fato ou uma
verdade vão ter uma versão só? Se a realidade não existe de forma
absoluta, quem somos nós? Enquanto você está lendo, lembra de mim
como? Imagina eu escrevendo em que situação? Em que tipo de
computador? Com que roupa? Ok, cada pessoa vai imaginar de um jeito,
então qual desses que eu sou? Eu não sou nada. Isso tudo é apenas
mais uma forma de ver a frase do meu grande ídolo:
“Não
existe o céu e nem a terra, mas mãos que tocam a terra e olhos que
veem o sol”, Arthur Schopenhauer.
Ele
nos diz que, por exemplo, a mata mais remota do planeta, que nunca
foi habitada e nem visitada por um ser humano, ainda não existe,
visto que não faz diferença o que está lá, se não for tocado,
manipulado por um homem. É o mundo como vontade e representação,
como eu desejo ver o sol e como eu quero que ele seja. Esse “quero”
não é consciente, ele é totalmente subjetivo e sútil, mas essa é
outra discussão bem importante que não vem ao caso.
O
que fica decidido a partir de agora é que a realidade não existe e,
consequentemente, a verdade também não, por isso ninguém tem
razão nunca e, dessa forma, todas discussões podem ser excluídas
de todas as vidas. Eu tenho a minha razão. Se eu quiser chamar de
“mesa” o que determimou-se chamar de “computador”, posso
ficar à vontade.
“A
linguagem é fascista, autoritária”.
O
Kaspar Hauser e a aula de teorias da comunicação me enlouqueceram.
O Enigma de Kaspar Hauser, Herzog. Alemanha, 1974 |
Um comentário:
A linguagem é arbitrária? Sim! Mas mais do que isso, é comunicação, e sendo comunicação, acaba sendo também liberdade, porque veja bem, existem várias formas de linguagem, mas você se referiu a uma delas, talvez a mais arbitrária.
Cada um tem o direito de criar a sua própria realidade. Uma mistura de loucura e autismo opcional pode salvar muitas pessoas do que elas pensam ser realidade. Quem disse que o domingo é um dia de descanso? Pra mim é um dia triste. Talvez na realidade (sim, essa mesma que não existe) ele é só mais um dia qualquer.
Por isso eu gosto da ficção, da música, das máscaras... de tudo o que possa me afastar da (minha) realidade, porque quanto mais eu a percebo e reflito sobre ela, mais sem sentido parece essa coisa que resolveram chamar de vida.
Belo texto, e uma reflexão bem maluca.
Bjs.
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